segunda-feira, 17 de maio de 2010

TI ou IT ou CI ou etc: tantas siglas, tantos significados




Já dizia Tomanik (2004) “as palavras que usamos para nomear objetos, seres ou acontecimentos são a forma resumida que empregamos para denominar estes fenômenos...” (grifo meu), se palavra já é uma forma resumida, o que ele diria das siglas? Que em alguns momentos facilitam (em razão da quantidade de informação e do desejo frenético de otimizar tudo) e em outros confundem.
Então vamos lá, para ver como funciona:

TI é importante, mas não sem CI para gerar IT, que no contexto da CI é analisada, a partir da NI do consulente. Em suma, de nada adianta a TI sem as CI.

Entenderam? Acho que me confundi.

E podemos ir além. GI e GC (gestão da informação e gestão do conhecimento, respectivamente) são termos em voga e assim é a vida acadêmica, dita moda e muitos adotam, mas o que alguns esquecem é que o contexto muda conforme o corpo, uma modelo magérrima não é o mesmo de um corpo robusto, e de tal forma as empresas adotam essas siglas e muitas vezes se limitam a usar termos imponentes ou estrangeirismos e achar que isso é conhecimento ou diferencial para competitividade, aliado é claro, ao uso intensivo de TIC’s (olha aí mais uma sigla).

Davenport (1998) é categórico ao afirmar que “apesar dos trilhões gastos em tecnologia de informação com objetivos comerciais, a tecnologia parece incapaz, por si só, de fornecer as informações necessárias para a execução e a administração de negócios.”

Ressaltando informação e conhecimento são criações essencialmente humanas e que nunca seremos capazes de administrá-los sem que levemos em conta o papel fundamental desempenhado pelas pessoas.

E a Ciência da Informação (aqui não usamos sigla, uma vez que a ciência preza pela precisão e clareza) com tantas características, em especial interdisciplinar, tem como objeto a informação, que é diretamente fruto do caráter criativo do homem. Então retomamos ao proposto:

TI (tecnologia da informação) é importante, mas não sem CI (capital intelectual) para gerar IT (informação tecnológica), que no contexto da CI (Ciência da Informação) é analisada, a partir da NI (necessidade de informação) do consulente. Em suma, de nada adianta a TI sem CI.

Agora sim... Acredito que uma imagem não valha mais do que mil palavras, mas tenho lá minhas dúvidas quanto às siglas, será?

11 comentários:

  1. O uso dessa linguagem monossilábica, "siglática" rsrsr, vazia, é cada vez maior. Seu texto me lembrou uma entrevista que o Saramago concedeu ao Globo ano passado, veja só:
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    O GLOBO: O senhor acompanha o fenômeno do Twitter? Acredita que a concisão de se expressar em 140 caracteres tem algum valor? Já pensou em abrir uma conta no site?

    SARAMAGO: Nem sequer é para mim uma tentação de neófito. Os tais 140 caracteres reflectem algo que já conhecíamos: a tendência para o monossílabo como forma de comunicação. De degrau em degrau, vamos descendo até o grunhido.
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    São os paradoxos da sociedade da informação.

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  2. Link para a entrevista:

    http://oglobo.globo.com/blogs/prosa/posts/2009/07/26/jose-saramago-fala-sobre-twitter-lula-seu-novo-livro-208101.asp

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  3. Olha a criatividade: siglática... Exagerando um pouco, talvez seja a futura matéria das próximas gerações? rs.

    Ótima sugestão de leitura, veio bem de encontro com o texto.

    Só ressaltando as falas de Saramago: "A tão louvada clareza das sínteses é, não raro, enganosa".

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  4. Adorei a parte do seu post onde você cita Davenport: "apesar dos trilhões gastos em tecnologia de informação com objetivos comerciais, a tecnologia parece incapaz, por si só, de fornecer as informações necessárias para a execução e a administração de negócios.". Que livro é esse mesmo?

    Abraços

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  5. Eis a referência completa:

    DAVENPORT, Thomas; PRUSAK, Laurence. 2.ed. Conhecimento empresarial: como as organizações gerenciam seu capital intelectual. Rio de Janeiro: Campus, 1998.

    É um livro bem interessante. Outra frase constantemente citada dessa obra, é a seguinte:

    “se mais de um terço do total de recursos de tempo e dinheiro de um projeto for gasto em tecnologia, este se torna um projeto de TI, não um projeto de conhecimento”.

    No link abaixo vc tem acesso a uma pré-visualização do livro:
    http://www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/busca/busca.asp?tipoBusca=1&sid=01861517912319353897782067&k5=1703E7D5&uid=&par=cnews&bmodo=&palavratitulo=conhecimento+empresarial&modobuscatitulo=pc&palavraautor=davenport&modobuscaautor=pc&palavraeditora=&palavracolecao=&palavraISBN=&n1n2n3=&cidioma=&precomax=&ordem=disponibilidade

    Abraços

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